LAPSO
Uma aragem me afaga. A lua bóia naquela água, a noite cintila quietude...
Destapo a garrafa de poemas (mas o vinho está amargo). Versos controversos,
outrora tão fartos, dormem agora ao relento, na cama do esquecimento.
Na foto, um sorriso de esguelha, um esboço apenas, mas devolve cenas.
Ne Me Quite Pas. Nina Simone canta só pra mim. Há regras no verbo amar
e há coisas que não se pode mudar...
Proposital! A noite é quente e a solidão é a companheira, borbulhando no copo
da deslucidez.
E só mais desta vez, eu minto, abraço as lembranças consentidas,
permito-me chorar.