Andarilho

Deixo migalhas no caminho,

sem estardalhaço

e sigo sozinho.

Desfazendo-me pedaço por pedaço

atenuando as feridas da vida,

trocando carinho e

dançando com elas,

lutando com a incompreensão dos mesquinhos.

Por vezes trôpego a cambalear

por vielas me escondo,

contrastando com a multidão de tagarelas,

evitando encontros,

pra tomar fôlego e recomeçar.

Os que necessitam

catam as tais migalhas,

percebo-me aflito,

mas recolho o resto de minhas tralhas e sigo.

Não há mais por onde voltar

Quem me alcançar que venha comigo.