Casa, mas volta?
Cheguei a sonhar,
em momentos de devaneios,
esperei um tempo
e o impossível não me veio.
Ao luxo me dei então,
de alimentar em meio a essa ilusão,
um cenário futuro.
Como menino que sobe no muro,
pra espiar e aprender,
com o novo que arrasa sua visão.
Ao descobrir em tudo vários prismas,
aprende então a questionar
e duvidar do sim e do não.
Adquire a cisma de pensar.
Com olhar de ponto de interrogação
segue admirando e sonhando
e nem sinal do impossível,
pois o provável não me assusta.
Confio no instinto e o que virá não me frustra.
Sei que é apenas um passo,
inevitável talvez,
daqueles que damos para trás
e nos faz
recuar e depois seguir de vez.
Nosso tempo não se sente nos anos,
é a nossa intensidade que transcende,
e agora sei que independe,
se vai ou não cometer esse engano.
Olho pra trás com saudade,
mas desço do muro pro lado de lá.
É incerto o caminho é verdade,
mas acredito no exercício do caminhar.
Há em mim um negócio esquisito
que me guia em sua direção,
e me alivia a sensação
de que em breve,
seremos em tese,
a companhia em perfeição.
Então espero,
não muito, nem tanto,
espero pelo quanto tiver que esperar.
O tempo que andei a procurar,
encontrando por aí
pedaços de amores modernos,
foi o tempo preciso para descobrir
o que há no amor de eterno.
Você foi a mudança que eu não esperava,
me chamou pra essa dança
que eu nem ensaiara,
e ao te ver rodopiar pela vida
te conto esse segredo
tive medo,
pois nada dura
e a certa altura a vida separa.
Mas você é a certeza pura.
Derradeira escolha por alguém.
E aqui estou,
a minha maneira,
fazendo rimas de amor,
pensando em você e em mais ninguém.