DESISTÊNCIA

Decidi esquecer essa mania:escrever versos, ser poetisa,abandonar tudo que eu fazia.

Dei adeus às palavras insistentes que rondam minhas quimeras, elas não aceitam, persistentes.

Nas noites insones, vigília imposta, lembranças de muitos poemas lidos, são minhas perguntas sem respostas.

Busco inspiração nos bons poetas, seus versos e prosas, meu alento, como conselhos dos profetas.

Vivo, como Camões, meu fingimento. Não a ” dor que desatina sem doer”, mas fingir-me poetisa, quase um mandamento.

Meu coração em pranto é o próprio tema dos versos que tentei escrever.

Desolada,tento mas não consigo, escrever um verdadeiro poema.