Exentricidade
É impossível te olhar e não te ver no meu sonho,
É improvável que por mim passes desapercebida,
Estás em todas as linhas dos versos que eu componho,
No conjunto de vocábulos que constituem a vida,
É inimaginável não perceber o teu perfume,
Não perder o rumo na expressão que faz,
Fitar os teus olhos e não perceber o lume,
Desconsiderar as soltas risadas que dás,
Não co-relacionar teu nome a tudo de bom,
Não viajar ao sentir teu contato macio,
Não suspirar com a delicadeza de cada som,
Não se entrelaçar nos cabelos sentindo cada fio,
É impraticável experimentar o teu sentido,
E não ficar com a ‘alma’ toda arrepiada,
Receber o carinho sem continuar comovido,
Na fricção de ternura da tua mão aveludada,
É inconcebível saber que existes e não te querer,
Não sentir-te sempre, a todo instante ao meu lado,
Não poder te associar na constância do terno saber,
Não ambicionar a ser eternamente o teu namorado!