Tempo.
O tempo, em nenhum momento,
Oportuniza passagens de volta,
Não dá tréguas em seu segmento,
Tampouco nas compaixões se volta,
Costuma ter suas próprias regras,
E aos poucos, outras vai estabelecendo,
É testemunha de incontáveis entregas,
De cada ato que esteja acontecendo,
O tempo é inimigo da preguiça,
Só para no contador quebrado,
Atento aos tantos moldes da justiça,
Altera idéias em cada enleio conquistado,
O tempo leva a ocasião pela frente,
Pouco importando o que fica para trás,
Se oferece e se vai tão de repente,
Sem se importar com a falta que ele faz,
Por "bom" às vezes se apresenta,
Noutras horas é o pior dos ditadores,
Sempre incansável naquilo que sustenta,
Interferindo na história e seus valores,
Quisera eu poder regrá-lo um tantinho,
Fazê-lo meu emissor em complemento,
Parando na hora que entrego meu carinho,
Pousando eterno em meu pulcro sentimento,
E se eu dominasse este controle cobiçado,
E sobre o tempo eu tivesse influência,
Eu o voltaria a um distante passado,
E seria "teu" por escolha e preferência,
Destinaria para ti o tempo que sobrasse,
Só cessando na ocasião de entrega comum,
Seríamos' par' no pretexto que confortasse,
E de dois, passaríamos a ser somente "um"!