Da noite,
Às vezes eu acho que sempre fui triste
Às vezes penso que tudo mudaria, com alguns sorrisos.
Que seria feliz só por ser
Que amaria por amar
Mas tenho gosto por sofrer
A cada dia vendendo mais de mim
Cada sol que nasce o amanhecer
Cada gota que cai e pinga
Tantos eternos amores passageiros
Tanto momento curto que duram até hoje
Será que é por isso que os amo tanto...?
Por serem passageiros, finitos
Eternos na memória,
Houve tempo em que me apegava às esperanças
Mas essa se fez partir também
Veem-me sem motivos, e isso me dói ainda mais.
Tantos cegos não veem o mundo, pois faltam olhos,
E aquele que não vê a luz, lhe falta oque?
Seria o maior dos infelizes, deficiente sem cura
Seria triste, por ser, por não ter mais ao que se apegar
Seria triste só, sem saber como mais, outro cais
Navegava só, no barco com velas coloridas, alto mastro
Forte madeira, à noite, quando não há luz
Serás mais uma sombra, das cores que ninguém vê.