O que pensavas tu?
Que pensavas tu?
que adeus dirias e nem sequer
pra trás olharias?
Que pensavas tu?
que teu corpo não reclamaria
a leveza e suavidade das mãos minhas?
Que pensavas tu?
que minha ausência e liberdade
não te traria sentimento de saudade?
Que pensavas tu?
que amamos e como que por
decreto deixamos de amar?
Que pensavas tu?
que a distância cura todas as feridas
e já não sentimos suas dores?
Não terias sido tu
presunçoso em demasia?
Pois eu, ao contrário de ti,
nunca pensei e toda certeza sentia,
que tua ausência me doeria mais,
que a inexistência do teu amor...
Que teu silêncio me maltrataria mais,
que uma noite sem luar.
Que tua distância seria mais notada,
que a falta do sol numa manhã de primavera.
Estamos longe um do outro,
não nos tocamos,
não nos falamos,
mas a impressão que tenho
é que ainda nos amamos.