Em Nenhum Lugar
O vinho de teus lábios é doce
Embriaga cada um dos meus sorrisos
Na valsa das palavras falo- te coisas desconexas
Desconexo sou eu na imensidão das águas
Águas jorradas de tua alma
Escondidas no soluço abafado
Enterrado no travesseiro a cada fim de tarde.
No vão me apresento a ti.
Como um fantasma épico
Atravesso tuas barreiras e percebo teus pensamentos
Sorrisos tortos que cercam seus meios.
Mascaras sutis que esconde tuas falas e emudece teus amores.
No caminho que segue entre as pedras do mar
Passos rápidos perseguem a ida!
Não mais veras o porto onde teu barco ancorado faz morada.
E na penumbra da silhueta apresada te persigo
Escarnecendo os dias, assombrando a noites.
No amor falho deixado para outros dias mostro-me á ti
Como um quadro borrado deixado a empoeirar...
Sim eu persigo não por vingança ou castigo, mas por amor ao teu medo.
Aos teus desejos que me querem perto e no sangrar de tuas flores Permaneço entre as variações das ondas que te beijam o corpo.
Aquieto-me nas lembranças de tuas falas e ao teu lado
Descanso sem ponderar a mudança dos ventos que me arrastam
Me importa apenas o calor
O corpo no seguir da noite
E como uma canção sem melodia cessa.