PROSA POÉTICA – Alegria de pobre dura pouco
 

A minha infância foi triste,
A adolescência também,
Passei muitas necessidades,
Mas nunca roubei a ninguém,
Estudei com muito afinco,
No meio de gente abastada,
Foi difícil meu percurso,
Mas no meu esforço nenhum trinco,
Muitas vezes desmaiei,
Em plena sala de aula,
Sem o café da manhã,
O corpo não se sustentava,
Mas me levavam pra cantina,
E minha fome tapeava,
Sempre passando de ano,
Muitas vezes com galhardia,
Como que um pobre coitado,
De roupinha remendada,
Tal vitória conseguia,
Claro que estudando,
Dia e noite e noite e dia,
Mas uma época chegou,
Em que haveria de optar,
Ou estuda ou trabalha,
Pra família ajudar,
Mas à noite não atrapalha,
Foi então que fiz concurso,
Pra numa firma trabalhar,
Mandaram-me pro interior,
Deixei de estudar,
O curso que eu fazia,
Não havia naquele lugar,
Progredi no meu emprego,
Com total dedicação,
Cheguei ao mais alto cargo,
Para um pobre cidadão,
Então continuei os estudos,
Pra atender ao meu pai,
Que queria ao menos um canudo,
Lógico deste rapaz,
E não é que consegui,
Fazer a vontade do velho,
Considero-me um felizardo,
Pois em tudo tive êxito,
Apesar d’alguns bastardos,
De inveja adoecerem,
Mas culpa não tenho nenhuma,
Desses tristes não crescerem.
Mas no recanto das letras,
O sucesso foi tão grande,
As leituras dispararam,
Os olhos grandes me secaram,
Para que os leitores saibam,
Que não é minha invenção,
Publico pequeno resumo,
De toda consagração,
Tem texto com mais de oito mil,
Leituras de internautas,
Mas de agora em diante,
Só pode ler quem se cadastra,
Medida bem absurda,
Contra os queridos leitores,
Aos quais devo favores,
E minha total gratidão...
Daqui não saio, não sou louco,
Mas alegria de pobre dura pouco...
 
Os nomes dos contos foram omitidos pelo autor.
 
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Fonte: Recanto das Letras
Ansilgus
ansilgus
Enviado por ansilgus em 02/08/2012
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T3809804
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