Efêmera fonte
Efêmera fonte
Fazer poesia por vício ou ofício,
Não importa.
Até mesmo os poetas místicos têm valor singular,
Mesmo quando dão vida às pedras, e às águas,
Que mesmo mortas correm em seu leito fúnebre.
Ninguém que beber dessa fonte terá sede outra vez.
Mesmo aquelas criaturas que dormem
Sobre a cama do anonimato despertarão um dia
Para respirar um ar puro que produz vida em plenitude.
A chama ardente queimará o coração álgido dos espíritos brutos
Que tiverem apenas um contato com a flama chamejante da poesia.
Sinto-me um tanto sazonado, não compreendi essa quimera, esse pueril descuido da minha alma poética, deslumbrada com a glória que me dá a poesia.
Brasília 16/10/2006