AMOR DE POETA 6
Antes que ela dissesse mais alguma coisa, corri em sua direção e a beijei desesperadamente a força. Antes que eu pudesse degustar o beijo, uma joelhada estrategicamente e fortemente bem aplicada, me pos fora de combate.
Prostrado no chão e totalmente indefeso, vi ela abrir a gaveta e libertar todos os poemas. Depois elas pos começou a ler um por um. A medida que ia lendo sua expressão se modificava significativamente, a ponto de fazê-la chorar. Ela tentava esconder a emoção que sentia, mas eram tantas que era impossível não se deixar comover com as poesias.
Ela parou de ler e me olhou nos olhos toda derretida e disse entre uma lágrima e outra que não sabia que eu era um poeta. Eu ainda estava estatelado no chão e não acreditei no que estava ouvindo. Eu não sou poeta. Não me considero um. Agora, se a mulher dos meus sonhos diz que eu sou poeta, então sou poeta. Não é qualquer pessoa que esta dizendo isto, é a minha musa inspiradora, e o que ela diz para mim é lei.
_Porque não me disse que escrevia tão bem assim, perguntou ela.
_É que pensei que fosse apenas fogo de palha, e que depois com o tempo passaria.
_É, mas parece que aumentou a quantidade e a perfeição dos poemas com o passar do tempo.
Tentei argumentar que não entreguei antes porque achei que ela não fosse gostar, ou poderia achar muito infantil, e que talvez ate os colocasse fora.
Ela me escutava e ia relendo os poemas. Restava saber se ela me perdoaria por tudo, ou se iria embora para sempre da minha vida.