CATIVA

Tanto há pra ser dito

e eu gosto de falar...

expressar minhas mazelas, expurgar os tumores

o amargor da língua me faz mal

Então me dirijo, ao silencio a ele conto

minhas mágoas e meus dissabores

calado ele ouve passivo,

tantas vezes espero repreensão

quem sabe me mostre a saída

me diga que é tempo de quebrar as amarras

por o bote e deixar rolar

...sou cativa, do medo

Minhas coerências e falsos pudores

me fazem covarde diante da realidade

ao mundo finjo estar sóbria

digo que vi e vivi e bastou...

mais um pingo d'água, meu rio transborda,

os espaços não preenchido, ocos assoberbados

da minha angustia, tomou todos os espaços vazios

quero jorrar, expurgar as tristezas ...

mais ao mundo eu rio...