Total impotência
 
Mergulhando no escuro
Atravesso o silêncio e ouço muitas vozes
São tantas risadas de crianças brincando
Atrasando os ponteiros do tempo
Apito de trem que parte da estação
Levando a inocência pela mão.
Choro da menina que perdeu seu primeiro amor
Cacos de vidro, que pena quebrou-se o andor.
Música divina regendo desejos em flor
Promessas tantas e rezas para santa
Em nome de quem sofre.
Sussurros e juras assoprados para alguém
Gritos de medo, quem ouve? Ninguém!
Berros de dor, porque tanto Senhor?
Há quem brade mais vida, por favor!
 
Cássia Da Rovare