Fuga de idéias: Corra!


Corro até cansar e causar dano ao que me endoidece; até confundir a mente e antecipar o que obscurece o meu pensamento. Ferver tudo isso que me confunde e me impede de prosseguir, toda essa lama que pesa sobre os meus pés. Antes que me cubra nela até a cabeça e finalmente desapareça e nada mais. Nada mais faz sentido se não consigo vencer meu eu, se me perco dentro do vazio de mim mesmo, cheio de fúteis idéias, tolices, canalhices, descartáveis e sem nexo. Isso que me destroça e oculta o verdadeiro sentido de minha existência. Objetivo reverter esse paradoxo em que me encontro; lutar contra o caos é preciso e, se causar dor for necessário não exitarei em fazê-lo, se sangrar matar o mal em mim, derramarei cada gota com um prazer tal, que será como suar e molhar todo o corpo, toda a roupa, toda a alma em um exercício extenuante e, ao mesmo tempo, edificante. Após os momentos iniciais de dor e relutância, atingi-se um platô de agradável sensação de bem estar e plenitude, para finalmente findar-se em prazeroso cansaço e sentido de dever cumprido. Por isso corro; corro e dissipo todo mal. Experimente você também e corra! Antes que não consiga mais alcançar a si mesmo; antes que esteja tão longe que correr já não seja possível; em que correr já não seja solução. Vamos lá! Mova-se! Ande! Ou melhor, COOOOOOOORRA!!!!!!