EU

Sou ácida. Tenho cheiro de limão, áspera e solitária, não sei lidar com perguntas sobre mim, mas sei apontar o ponto fraco de todos, falo pouco com estranhos, tenho cara de antipática e realmente não sorrio quando não quero, tenho o olhar sempre à frente no próximo minuto, no próximo dia, nas próximas vidas, posso expressar minha raiva com um simples olhar e amedrontar quem não me conhece, mas você pode me ver de olho vermelho por aí ou chorando escondida pelos cantos, posso conversar com alguém sobre as coisas mais alegres e ter um nó na garganta, ou falar dos meus amores sorrindo, brincando pra jogar tudo fora depois. Embora amor dentro de mim exista, certezas proporcionais aos meus momentos de lucidez, eu não sei aprender com ele, não sei usá-lo. Como se usa o amor? Nunca sei a dose, sempre me perturbo e quando o sinto parece cacos que incomodam, rasgam por dentro. Tenho sempre a sensação de que preciso me livrar de algo, não sou amável todo o tempo, gosto de silêncio mas, quando quero grito e bem alto como uma louca, ah esse é o adjetivo que mais escutei para minha definição, louca, doida vai lá.....

Tem gente que chego perto e quero conversar, tem gente que chega perto de mim e não troco uma palavra coisas minhas, posso ser a amiga mais leal e a namorada perfeita claro que não, tudo meu está na imperfeição, no meu não seguir padrões, nas minhas leis eu crio e sou tão teimosa que não as sigo, sou impaciente mudo de canal de segundo em segundo, egoísta quero meus livros, minhas músicas que ás vezes canso de mim, sinto falta de não ser eu, de gente nova, de amores novos, às vezes eu brinco pareço criança, ninguém me reconhece outras sou fechada, séria só falo quando quero.

Sou livre para fazer o que quero dentro da minha prisão.