A noite que te espero
meu corpo se move com mais prazer essa noite
na cama minha amada deixei dormindo
tranquilinha
ando pelo escuro seguindo os murmúrios
dos silêncios antigos
ouço choros abafados de moças
desvirginadas sem prazer em segredo
pelos quatro cantos da casa
me dissolvo na escuridão dos humilhados
no sigilo esquecido do debaixo da escada
procuro uma mística secreta
perdida em algum entre livros
nos muros do quintal sigo rabiscos
de meninos capetas velhamente hoje,
vejo chacinas de tribos indígenas
enterradas debaixo de séculos da casa
No portão da frente permanece transtempos
confissão saída aos gritos dentre dentes
dentes cerrados
aos poucos morro para a noite
nascendo de cara amarrada para essa outra mesma manhã
segudafeiramente útil saio para a vida solar