Um Cérebro Inquieto

Noite fria. Estou inquieta. Quero dizer ou sentir? Meu cérebro se dispõe a trabalhar. Sim, estas loucuras me emergem dos sonos mais profundos ou quase isso.

Difícil tentar explicar, principalmente com a simplicidade que há nas palavras. Mas será que há?

Palavras e sentimentos sempre andam juntos. Sempre? Eis que afirmar te leva, sempre, a uma dúvida. Tudo bem, quase sempre.

Dizer “te amo” talvez seja fácil. Mas e quanto a senti-lo? Afinal, o que é o amor? Percebo que amo minha família porque a defenderia em qualquer situação e mesmo a vendo todos os dias, não me sinto enjoada. Percebo, portanto, que simplesmente a amo. No entanto, seria esse mesmo sentimento de um homem para uma mulher, por exemplo?

Como se diferencia amor de paixão? Pode existir amor sem paixão? E paixão sem amor?

Quantas vezes ouve-se um “tico-teco” soando: “amor, amor...” Enfim, o amor. Sentimento no qual tanto se fala, mas do qual nada se sabe. Afinal, ama-se com o coração ou ama-se com o cérebro?

Basta! Essa história de “sentimento-palavra-amor-paixão-cérebro-coração”, parece-me infinita. Deixou-me ainda mais confusa e inquieta. Quero voltar a dormir, mas o sono não vem. Quero tentar explicar, mas não consigo.

Deitei-me novamente. Fechei os olhos. Agora estou procurando por meus sonhos, pois estes me parecem mais confiáveis. Não me forçam a tentar entendê-los e eu geralmente não me recordo muito bem deles.

É, pode parecer em vão, mas prefiro voltar, mesmo, a dormir. E seria, assim, tão vão quanto meus loucos pensamentos. Loucos?

Enfim, apenas pude ter a certeza, quero dizer, a quase certeza, nessa busca incessante, de que explicar é tão difícil quanto sentir. E entender, mais difícil ainda.

(EM 2008)

Por Jéssica França
Enviado por Por Jéssica França em 27/07/2012
Reeditado em 13/01/2013
Código do texto: T3800424
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