Quintal...
 
Há um pé de alegria,
Bem no meio do meu quintal,
Deliciosas foram as tardes
Que passamos à sombra de nós
Não desperdicei nenhum gomo de sorriso teu.
Há um arbusto de sonhos inalcançáveis
Onde declinei vontades cheia de bocas e mãos.
Há um varal no tempo com roupas coloridas
Que sobreviveram às tempestades, ainda que rotas.
Seria notável se não houvesse uma grama de tristezas,
Verdinhas a espalharem-se quando chove em minha pele,
Quando nas noites meu chão se perde entre estrelas,
E lá ficam as roupas a balançarem,
Nos ventos dos meus pensamentos.
Balançando...
          Balançando...
                   Balançando.
Há um pé de alegria bem no meio do meu quintal...
 
 
Cássia Da Rovare