Por que eu escrevo?
Por que eu escrevo? O que me motiva a escrever? A que pulsão eu obedeço quando escrevo? Por que essa necessidade que parece queimar e que não passa senão quando apago a brasa com a tinta a correr pelo papel? Que motivos, pensamentos, idéias, palavras precisam ser escritos para aplacar essa angústia que habita em mim? Por que o efeito dessa necessidade é a angústia, a agonia, a inquietação? De onde vem e por quê, esse estímulo obsessivo? Como se dá a transformação desse impulso singular em palavras e sentido? É uma necessidade do corpo ou da alma? É um sopro que vem do exterior e atiça a brasa latente, ou uma chama interna e eterna que aquece e se propaga? É a loucura que, mansa, se aproxima e se aconchega? Ou é a mais pura lucidez nascida da Razão incontestável e sempre soberana?