La tranquillité d'esprit
Esse é o meu faz-de-conta, que escrevi para renascer, que desenhei para continuar.
Essa é a canção noturna que escrevi, enquanto você dormia, pois quando acordar o efeito desse conto acaba e a vida voltará a doer.
Esse é meu soneto de despedida, o último pedaço de alma que eu tinha, guardei nessas palavras para que esse conto nascesse como um espírito pequeno.
-É pequeno, mas se da alma somos todos e por inteiro, àquele que necessitar, tome para si esse papel e leia no intento de captar esse meu último pedaço e faça florescer, cultive-o, foi tudo que restou.
Esse é meu último pedaço dissolvido na tinta de uma caneta sem vida, escrita num papel morto e sem cor, mas que guarda a última nota.
-O segredo é guardar uma boa canção, como se depois você pudesse se afogar nas palavras alcoólicas que aqui deixo. Mantenha a calma, e guarde a boa canção, quando as coisas estiverem mal, - Não leia esse papel- cante uma boa canção. Se por acaso as coisas ficarem pior, mantenha-se firme, logo uma nova canção surgirá.
- Tiraram-me o prazer de escrever. Ó Todo, como dói escrever, como pode doer tanto deixar umas palavras de alma registradas?
- Sustenta-te, firma.
Próxima linha.
Esse é meu suspiro para te soprar à vida. Para te lembrar que ainda há! E para dizer que quando a canção acabar, ainda terá esse conto para saber que me fiz da dor em palavras e converti minha alma para te dar, a fim de que o possa levar contigo para quando, simplesmente, não mais houver.
[...]
Usai a alma com sabedoria.