Um único ser

Dar a mim,

Para que?

É obsoleto ver

E insistir, ainda,

Em abstrato ser.

Se doar ao outro,

Feito o que?

Absurdo conceber,

Pois se por um lado se crê,

D'outro, lha tiram – vê?

Não obstante,

É imperioso insistir e, desse modo,

Combater:

Nefasta é a vida a ter,

Sem compreender;

E, de lapso em lapso viver,

Pois o que nos difere e iguala

É o Ser,

Onde necessário (con)viver.

Assim, ensina-me a ser,

Que te direi o que ser;

Que serei o que ser;

Que seremos então, em conjunto,

Um único Ser.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 23/07/2012
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