Um único ser
Dar a mim,
Para que?
É obsoleto ver
E insistir, ainda,
Em abstrato ser.
Se doar ao outro,
Feito o que?
Absurdo conceber,
Pois se por um lado se crê,
D'outro, lha tiram – vê?
Não obstante,
É imperioso insistir e, desse modo,
Combater:
Nefasta é a vida a ter,
Sem compreender;
E, de lapso em lapso viver,
Pois o que nos difere e iguala
É o Ser,
Onde necessário (con)viver.
Assim, ensina-me a ser,
Que te direi o que ser;
Que serei o que ser;
Que seremos então, em conjunto,
Um único Ser.