Anversos
Passos apressados em meio a uma multidão
Olhos, olhares...
Minha solidão vara a alma
Calada e gritante
Só nós sabemos
Eu e a solidão andamos juntas agora
Fazendo uma companhia solitária uma a outra
Não tenho mais nada
Não entendo mais nada
E nem quero entender
Pra que entender?!
Se não tenho mais você
Não guardei dentro de mim o que te dei
Você teve tudo que eu podia dar
Eu me dei
Me apaixonei
Me entreguei completamente
E de mim só resta o pensamento em você
Entre os mesmos passos apressados e olhares
Nas esquinas agora resta a esperança
Do acaso existir
De nos fazer reencontrar
Não sei o que explicar
Não sei o que dizer,
Se isso acontecer
Apenas que pra mim ainda não terminou
Rígido está o meu coração,
batem as pedras e não se tocam,
cantam e não se juntam.
Há o sol, e só,
Pó, solidão.
(com colaboração do amigo Gabriel Hanan)