[Cena Imaginada]
Amanhece... Saio da penumbra do meu pequeno quarto, e num tropismo instintivo de bicho que busca a luz, eu rumo para a sala. Mas, tropeço.
Caio com as duas mãos na verga da janela aberta para a grande Avenida. Num salto do espírito, eu cresço, eu ganho asas, e pela janela do tempo, eu voo. Apenas voo.
Aprendo que nenhum destino importa, nenhuma resposta é resposta, e viver hora por hora, é tudo que há, é tudo que é preciso. [Como se sabe, a Avenida é o mundo, e a janela não tem nenhuma culpa].
E por que concluir é morrer, e por que chegar é morrer, eu procuro pensar circularidades - sem anseio de infinitude, mas sem medo!
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[Desterro, 17 de julho de 2012]