O mendigo
Era impossível reconhecer o seu rosto
Tão desfigurado quando seus pés cansados de tantas distâncias
Semeavam poeira os bolsos da blusa
Poeira do tempo, da estrada, poeiras trazidas de longe.
Na boca pendiam silêncios
Vez enquanto algum evangelho
A alma doía e também o estômago vazio
Mas já havia engolido todo o passado
Antes mastigado, mastigado
Querendo esquecer