Partida
Esta noite as minhas mãos vazias, pedem silencio e memória.
O maestro vai perdendo a orquestra, os músicos, a plateia.
Valeu a pena o espetáculo, as palmas, os risos, as lagrimas?
Quase tudo acabado, mas insisto na ironia!
Há alguma coisa além de mim?
É urgente o riso!
Rirei, rirei, até que um estrela, destas que nascem no oriente,
Circule a madrugada, e venha me trazer uma ária em um violino,
E toque, delicada e sóbria, até que eu perceba a nota
Cada nota de agonia e êxtase, cada nota!
Há que ter um anjo disponível que me abra as pálpebras,
Há que ter um anjo que me desate o nó da garganta!
Preciso do riso e dos olhos abertos para enxergar,
O meu mistério na eternidade!