Não sei...
Não sei bem o que teria sido do sono, sem meus sonhos.
Aliás, a bem dizer que eram meus, que sonhos teriam sido ?

Mas esperei, ou melhor, aguardei com paciência, apenas a necessária para que não sobrasse e não tornasse o sono ainda mais chato do que já estava sendo.

Dormir é (realmente) um ato de paciência - e mais vale pelos sonhos que pelo desmerecido descanso (...)

Dormir é aquilo que a gente tem que fazer para estar mais perto do sonho com um dia mais belo, com uma vida bacana, que valha a pena ser vivida, com a boca riscada por um riso original.
Riso mesmo, riso natural, riso que não seja forçado por alguma piada sem graça, contada por um amigo que só quer ajudar . 

Enquanto sonhava me propunha a mudar o rumo das vias torturadas pelas encruzilhadas, e pensava:
"Amanhã será outro dia..."

Mas, que nada.
Amanheceu e está tudo igual.
Em todos os jornais, as mesmas notícias.
Os bandidos de sempre, nos mesmos lugares : nas calçadas, nas esquinas, nos arrombamentos das casas, nos palácios governamentais, nas assembléias municipais, nas estaduais, nos congressos nacionais.

Então (putz...) me pergunto indignada :
O que faço com quem anda azarando meus sonhos?
Mato ou mando matar?

Alguém me responde:
- Pára de votar.

Ai! Será?