RECANTO DAS LETRAS, entre tantos quanto...
São tantos os poemas, poetas desconhecidos, amarrados pela força do consumismo, da insana ganância dos meios de comunicação, quantas pedras no caminho serão encontradas neste recanto, quantas serão cantadas e imortalizadas? Quantas rosas de Hiroxima merecerão a voz aguda do cantor? Por isoladas, guardadas num canto entre milhares de rosas, hortênsias e tantas outras, aqui no Jardim das letras, restarão na memória e história e tantos quantos sonham uma poesia, quer seja sua, quer dos anônimos sonhadores desse mosaico poético. Hoje se ouve um grito, nele pode estar o maldito, o inexplicável do egoísmo ou simplesmente a paixão, pode-se ver e ouvir na madrugada, ao lado da musa e bela amada, sob a sinfonia dos ventos, da chuva ou sentar sozinho a beira do abismo esperando a fé, mesmo que do desconhecido. São tantos os poemas que não mais parecem no dia a dia do mundo globalizado, ao mesmo tempo em que guardam seus túmulos nos sites bem intencionados, sites com cheiro de vida, como a mesa esquecida na mata, à beira da cachoeira, onde os amantes ainda guardam segredos cravados em troncos eternos da alma. Não quero me fechar em saudades, que arrebentar as grades da mesmice, ouvir o lamento do menino que rima a flor com o amor, sem mesmo conhecer a letra que lhe deu vida, a consciência que lhe fez versar uma poesia que chora pela continuidade do amor.