Um só

Éramos apenas dois,

não tão maduros quanto poderíamos, mas o bastante para alimentarmos

vossas almas.

Jovens pecadores efémeros, tão juntos;

Um só.

Vagávamos pelo momento como se tudo fosse o futuro, não pensávamos no além.

Vivíamos sorrindo, rotulando as árvores como veredas de um destino premeditado.

Contávamos estrelas, ditávamos os rumores do coração.

Tão inocentes e indecentes sobre o vão;

Sonhávamos acordados.

Acordávamos para sonhar;

Sorriamos para a lua como se ali estive o nosso lar;

Sempre foi.

Não obstante termos aos olhos levaram-te para lá,

esquecendo um detalhe,

a chave, essa que costumávamos nomear;

Coração.

Então me pergunto, se conseguistes ao menos pular o muro,

para que assim eu continue a olhar para o futuro.

Como se fosse o passado retrocedendo o meu melhor

para o momento esperado;

O amar.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 14/07/2012
Reeditado em 14/07/2012
Código do texto: T3777634
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