Um só
Éramos apenas dois,
não tão maduros quanto poderíamos, mas o bastante para alimentarmos
vossas almas.
Jovens pecadores efémeros, tão juntos;
Um só.
Vagávamos pelo momento como se tudo fosse o futuro, não pensávamos no além.
Vivíamos sorrindo, rotulando as árvores como veredas de um destino premeditado.
Contávamos estrelas, ditávamos os rumores do coração.
Tão inocentes e indecentes sobre o vão;
Sonhávamos acordados.
Acordávamos para sonhar;
Sorriamos para a lua como se ali estive o nosso lar;
Sempre foi.
Não obstante termos aos olhos levaram-te para lá,
esquecendo um detalhe,
a chave, essa que costumávamos nomear;
Coração.
Então me pergunto, se conseguistes ao menos pular o muro,
para que assim eu continue a olhar para o futuro.
Como se fosse o passado retrocedendo o meu melhor
para o momento esperado;
O amar.