Solo seco.

Toco a dor e a boiada,

No agreste adentro.

Dias e noites, espinhos,

Couro, canto e unguento.

O som do vento,

Grito, lamento...

Eh!, boi...sentimento.

É tempo seco,

Que seca o olhar,

A boca.

O tempo seca o tempo.

Entranças e feridas,

Gado forte enebria a lida.

Range da cela o couro quente

Ao sol incandescente.

Solo do vaqueiro,

Manso em sua dor,

Quente em sua voz de cantor.

Eh! boi...leva minha dor.

Anselmo Verissimo
Enviado por Anselmo Verissimo em 14/07/2012
Código do texto: T3777560
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