HOUVE UM TEMPO... - No início da noite de 13 de julho de 2012

Houve um tempo em que eu não vivia a experiência destes recentes anos, a experiência pungente de estar sendo observada, em cada gesto, quando falo contigo, quando olho de frente para o teu rosto, nas quase nenhumas ocasiões em que posso ver-te "ao vivo". Agora... é ir ao teu encontro com o apenas direito de te olhar a furto, de soslaio. Talvez, e isto é quase certo, tenha sido sempre assim, este "cerco", mas, eu não o sabia, eu não o sabia; embora desconfiando, embora sempre plena de indícios, eu não podia ter a certeza dolorosa que agora tenho, porque só há pouco tempo vim a conhecer, mais de perto, os demais personagens do enredo estranhíssimo que me (nos) tem composto as vidas, nesta vida.

Destino espantoso esse, que fez com que tudo fosse tarde demais, já desde antes do nosso início. Já desde antes do nosso início, e sem nos permitir a partida. Sem jamais permitir que partamos, realmente, um do outro. Jamais.

Escrita no início da noite de 13 de julho de 2012