Pijama Velho
Pijama Velho.
Quando chega a noite, a alma já entorpecida , repousa no manto das lembranças. Enfurecido o corpo reclama a falta dos amores idos, das canções silenciadas, dos arroubos que agora são mesmices. Sim! Como um ponteiro contando o tempo, horas se passam e a alma vaga sem porto, nem um nem outro aprisiona os pensamentos, eles apenas se vão e esvaecem. Parecem estrelas no céu da mente, orbitando por toda parte, presos apenas pela fatiga da solidão, e de vão em vão se perdem no meio das palavras que quebram o silêncio do corpo já obsoleto, velho, cansado, metido num pijama velho com bolsos inúteis.
Cristhina Rangel.