MORTINHA POR SORRIR ...

A solidão é um lugar seguro.

O segredo, um desatino urgente.

Hoje não quero sorrir...

Eis-me perfumada,

Insuspeita.

Feita de vontades lentas,

Luxuosa como a palavra amor.

Palavra tornada esdrúxula,

No bilhete deixado por alguém

A quem me entrego baixinho.

É aí que a noite cai.

A porta continua fechada.

Vou esculpindo sensações,

Num arrepio de invenções mortas.

Suspiro ampliado na perpendicular de uma prece.

Hoje estou assim, mas não quero colo.

Continuo a querer-te a preto e branco,

Sem pensar que podias ser cor ...

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 12/07/2012
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