VIDA DESPERDIÇADA

VIDA DESPERDIÇADA

Coroa de flores enfeitam as portas,

tortas de sofrimento e o comprimento

do ajuste, confunde com deslumbres e,

desejosos molejos das memórias mortas.

Mesquinhez utiliza flores, na lástima

decapitadas e os espinhos vigorosos,

cravam nos olhos de quem observa,

na passada da lamúria dueto com lágrima.

Prosseguem o espetáculo ornado de sufoco

e, por pouco não contagia a fantasia da morte,

mostra um navio ancorado com mandado para singrar,

seu aspecto faz sangrar num canto o esculpido barroco.

Espera o viajante farsante e inclemente,

da vida agora exaurida mas ainda convida

quem passa para blefar,

vai-te animal desastrado vestido de gente.

Não pode ser, perdeu o controle e feneceu,

balança a cabeça e a cobrança não para,

embala a consciência na crença de subornar

embarca e adeus criatura que retrocedeu.

Zastra
Enviado por Zastra em 11/07/2012
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