VIDA DESPERDIÇADA
VIDA DESPERDIÇADA
Coroa de flores enfeitam as portas,
tortas de sofrimento e o comprimento
do ajuste, confunde com deslumbres e,
desejosos molejos das memórias mortas.
Mesquinhez utiliza flores, na lástima
decapitadas e os espinhos vigorosos,
cravam nos olhos de quem observa,
na passada da lamúria dueto com lágrima.
Prosseguem o espetáculo ornado de sufoco
e, por pouco não contagia a fantasia da morte,
mostra um navio ancorado com mandado para singrar,
seu aspecto faz sangrar num canto o esculpido barroco.
Espera o viajante farsante e inclemente,
da vida agora exaurida mas ainda convida
quem passa para blefar,
vai-te animal desastrado vestido de gente.
Não pode ser, perdeu o controle e feneceu,
balança a cabeça e a cobrança não para,
embala a consciência na crença de subornar
embarca e adeus criatura que retrocedeu.