*** Os olhos da alma ***

Hoje pela manhã abri as janelas,

afastei as cortinas e desembacei os vidros.

Um brilho intenso invadiu minha casa.

Não havia mais o cheiro de bolor,

nem a umidade fria.

Meu corpo foi se alongando aos poucos.

Num instante minhas mãos, agora aquecidas,

pareciam querer aplaudir a vida.

Cicatrizes, fantasmas e dores sucumbiram

diante do azul descortinado.

Inspirei profundamente,

sorvi do ar todo o seu frescor;

expirei calma e lentamente,

imprimindo assim um novo ritmo ao meu pulsar.

Todo meu corpo marchou freneticamente

em pleno vigor.

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[ Eu acabara de mudar o ângulo de minha mirada

e aquela janela aberta, apenas revelava

o novo olhar de minha alma.]