Seus gestos, uma palavra pessoal, uma faísca nos olhos o denunciaram.                      Houve estranhamento, será ele mesmo?
Então, ela o olhou bem além do par de óculos.
Reconheceu o leitor de su´alma no suor das mãos, no sorriso de soslaio enviado em forma de código.
Era o deus grego flertando com aprendiz de poeta,
por meio de hiatos, reticências, vírgulas sem ponto.
Ocaso mensurado em forma de silêncio,
ambos com medo que o pensamento falasse alto.
Conversaram desvencilhando o olhar,
covardes, ambos não traduziram em palavras,
o anseio de ficar em companhia.          
Seguiram cada qual seu próprio deserto,
imaginando o gosto do beijo em oásis,
que sequer foi postergado. 
Continuariam quem sabe,
digitando sonhos poéticos pela internet
.

                    





 
Railda
Enviado por Railda em 03/07/2012
Reeditado em 25/06/2016
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