Navalha
Quando é noite, navalha.
Os raios da mágoa,
despontam com seus brandais,
entre as luzes, cintilantes
sobre postes, a vista.
Não há muito para ver, um guisar
Numa saudade só, que afaga a alma
Leva a calma, se fica só, a doer.
Num pensar, da noite, navalha
Que vem, calada, castiga
E sobre túmulos se vão
as dálias, que cheiram
Flores, que dão, vão, essa...
E fica, a noite, as marcas
Quando é noite, as águas param
O ser cessa do sem, lastimando
E fica uma dor cortante, alancear
Que se guarda, mas ao ser
É noite,
E quando o é, navalha
Sem cabo para se guardar
E se permitir um tempo, reerguer.
É noite, navalha...