Ama o medo de amar...
...Corria mais que o vento, no mais puro contentamento ao vê-la chegar.
Inerte, sem palavras numa fragilidade humana, buscava forças para chamar sua atenção, no entanto cada gesto meu tornava-se em vão. Enquanto você sorria eu padecia. Seu cheiro, sua voz, meticulosamente seu olhar não era meu, eram de muitos... Havia uma angustia naquele meu desejo persistente, melancólico e atenuante a me sufocar, sabia que não bastava apenas agradar-lhe, mas era necessário declarar-te o quando lhe queria e o quanto sofria por não saber traduzir o meu amor em palavras.
Falar de amor, poesia, lirismo é fácil quando não se tem amor, porém quando há amor tudo isso se torna complexo demais e, muitas vezes aquilo que é para ser dito não é expresso com racionalidade, sem a proporcionalidade do verdadeiro amor. E se caso, por ventura, todo esse desejo for sucumbido ou sequer revelado mediante receios afins, indubitavelmente nem a força e a velocidade do vento trará acalento para esse sofrido e frágil coração apaixonado.