Este texto foi produzido no exercício de “Prosa Poética” do Taller de Escritura Creativa, realizado no Instituto Cervantes de Brasília, nos días 28 e 29 de junho pasados.
 
Y SE FUERON
 
          Ya no sé si compro una bicicleta con la venta de mi reino. Todo se fue y ahora sólo me viene la energía que llega de la ventana1 casi cerrada2 de los sueños que aún los tengo.

          El aire está pesado y el cielo está oscuro.  En este instante, me acuerdo que fui como un trompo3 en las manos del destino. En mi deseo de hacer mi propia historia me perdí en el horizonte del territorio sombrío de mis días.

          Negociar lo que tuve ayer4 fue un error y mañana es otro día. Más triste, pero es otro día. 

          En la trama caracoleada de la Vía Crucis del destino, yo no gané tiempo, ni moneda que valiera todo el trabajo que tuve y la joroba5 que tengo ahora en mi espalda*... Parezco una deidad vieja sin pierna; una estatua de recuerdos y candores...

          El pensamiento es azul, pero no puedo verlo. La ventiscaída6 me enfría... No me hace falta ninguna medición, tampoco las cebras que yo veía en los días más difíciles. Mismo así, sólo me quedan ahora unos pocos sueños.

Vocabulário:
1ventana = janela
2cerrada = fechada
3trompo = pião
4ayer = ontem
5joroba = corcunda
6ventiscaída = ventisca + caída (eu juntei as duas palabras mesmo…); ventisca = nevasca
* espalda = costas

TRADUÇÃO:


 
E SE FORAM…

 
     Já não sei se compro uma bicicleta com a venda do meu reino. Tudo se foi e agora só me vem a energía que chega da janela quase fechada dos sonhos que ainda tenho.
 
     O ar está pesado e o céu está escuro. Neste instante, me recordo que fui como um pião nas mãos do destino. No meu desejo de fazer minha própria história, me perdi no horizonte do território sombrio dos meus dias.

     Negociar o que tive ontem foi um erro e amanhã é outro dia. Mais triste, mas é outro dia.

     Na trama caracoleada da Via Crucis do destino, não ganhei tempo, nem moeda que valesse todo o trabalho que tive e a corcunda que tenho agora nas minhas costas. Pareço uma divindade velha, sem perna; uma estátua de recordações e canduras. 

     O pensamento é azul, mas não posso vê-lo. A nevascaída me gela. Não me faz falta nenhuma medição, tampouco as zebras que eu via nos dias mais difíceis. Mesmo assim, só me restam agora uns poucos sonhos…


 

publicado também no meu site
 
Vânia Gomes
Enviado por Vânia Gomes em 01/07/2012
Reeditado em 01/07/2014
Código do texto: T3755090
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