Fim de Tarde.
Em meio ao silencio de minh’alma
Acalanto minhas lembranças
Recordo todos os finais
Teus olhos a procurar
Tua voz a proferir sussurros inaudíveis.
Em minha cadeira de balanço
Percebo o tempo, o elo.
A fina linha entre lucidez e loucura
Chego a ter saudades da inocência do acreditar
E da pureza da esperança.
Não sou pessimista e também ando a esperar
Esperar os sonhos, esperar aqueles que virão após mim.
Sentada em minha cadeira de balanço recordo as águas profundas
Como são profundas as almas dos poetas...
Sinto o perfume antigo, exalado do simples ato de existir.
Com alma silenciada apenas acalanto minhas lembranças e vagos pensamentos
Sei que sou apenas...
Procuro em minh’ alma o tempo já ido
Como água a escorrer entre os dedos.
Não consigo apalpar minha lucidez!
Em um simples lugar
Escuto apenas o silêncio do vazio
E sem me incomodar ou me acomodar
Espero outros dias, outras eras.