NENHUMA PARA LAMENTAR
Andava a pensar em como a vida fluía.
Semelhante a um barco, ela ora navegava por águas calmas ou tempestuosas.
Nas mares tranquilas usufruía com alegria.
Em tempestades, se escondia.
Seu refúgio era sua alma, que feito concha a abrigava e protegia. Ali era seu verdadeiro lar, por isso nunca se importou em onde estava.
Estivesse nesse continente, ou em outro, sempre em casa se sentia, pois sua morada de fato, era sua essência. E dela, nunca se desprendia. Nem a morte a separava do que realmente era ou sentia.
Gostava da brisa, e dos ventos. Com eles, embalava seus doces sonhos, e se consolava das tristezas.
Eram eles, os ventos calmos ou bravíos, que davam ritmo ao barco do seu viver.
Há muitas eras, aprendera a ser flexível.
Na dor chorava, lavava sua alma cansada de sofrer.
Na alegria nunca economizava sorrisos, sorria, sorria e sorria um pouco mais. Fosse para as pessoas, acontecimentos, animais, flores, árvores ou pedras, seu riso fácil se fazia presente.
Assim seguia a navegar pela correnteza do tempo aconchegada ao seu barco da vida, porém nunca acomodada.
Havia hora para cantar, outras para chorar, mas nenhuma para lamentar.
(Foto clicada hoje, da minha janela)