A SOLIDÃO ESTÁTICA DAS VIAGENS
Junho. Dia seguinte à folia, fogueiras e foguetórios no Arraial de Santo Antonio. O tempo está bom, o dia ensolarado, o mar tranquilo beijando a areia de mansinho, tal um carinho nos lábios da amada distante a quilômetros, mas tão presente no corpo... As pestanas sonolentas do sol piscam intermitentes, de ressaca. Os olhos do forasteiro deitam-se na praia, pestanejando vida. A boca solfeja a solidão estática das viagens... Esfalfado de lembranças desvirgina-se a Poesia. Alça-se aos céus como um balão – fogos de artifício. Não há tempo pra ser só...
– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/3752780