Não sou cego de amor, antes bem vejo
Fluido Vital
Não sou cego de amor, antes bem vejo
Ao beber, em tua boca, tudo o que sinto;
Desvendando o teu corpo, a cada toque desejo
No teu néctar sorver, meu absinto.
Neste calor não há cansaço, eu asseguro
Por amar tua alma, eterna e transcendente;
Ouvindo teus ais, teus huns... Intenso e puro
Meu amor mais se mostra incandescente!
Pois qual lava, a escorrer, é rocha quente;
Rigidez, remanso e sol, tudo há seu tempo
E, ao ver-te em pleno gozo, ideal, meu
Delírio, remoinho de amor, do mar, corrente!
Em meu pensar, teu semblante retenho;
E, no acarinhar pelo teu corpo todo,
Remetido então sou, a outro plano
Obstante não saber bem o modo.
E, se no mais íntimo sentir não
Cabe dúvida, não há engano,
Não hesito em dizer,
Eu bem sei que te amo!