PINHEIRINHO
Vai Pinheirinho,
vai fortaleza anímica
e levanta-te
Não nos esqueçamos,
Pinheirinho,
não nos esqueçamos,
és um de nós
e ao seu lado estaremos
Que as excelsas autoridades,
Pinheirinho, irmão meu,
debruçadas sobre papéis
e acarpetadas à escarlate,
não vos os tem em irmandade
Eles, Pinheirinho, eles
não reconhecem o sorriso
da crainça, nem a experiência
do ancião;
a gestante lhes soa incômoda;
eles são frios e robotizados
O sangue não corre às suas veias;
eles ignoram a vida;
são seres ignóbeis e mesquinhos
e agem segundo interesses capitais
Vai Pinheirinho,
como tu, ouros Pinheirinhos
às encostas são lançados
E o guardião, possuído
de lapidar saber,
não sabe que a vida
se constrói de mãos dadas
Iremos, Pinheirinho,
iremos avançar em direção ao sol,
iremos secar dos nossos rostos,
não o suor do trabalho extenuante,
mas, a gota refrescante da chuva que nos banha
Pinheirinho somos um e somos todos,
porque da forja que lhe fez bravos lutadores,
também dela, como o ourives,
lapidamos nosso caráter;
e eles não sabem o que é isso