Companheira
Surpreende meu encanto? Como julgas, ser ilusão?
Pensas, sim, pois meu lábio pouco pôde provar!
Nunca o tivesse feito! Mudança alguma se faria.
Qual a água que sabor não tem, mas a vida faz brotar...
Em estonteante alegria;
Tanto pode ao sedento saciar, ou ainda envolvê-lo em poesia...
Vês?! Pois nunca pude sentir o teu abraço, ou o firme pulsar do teu peito!
Como o encontro da onda na areia, assim imagino... deve ser teu coração.
Nem ainda o som do teu cantar; pois no meu mar, teu canto é triste;
triste canto de sereia... Cuja melodia nunca deixei de ouvir!
O tom aliás, é que me deixa inebriado, em tantas noites sem dormir,
Pensando estremecido estar a seu lado...
Não me canso de falar, amor, ainda que te canses de ouvir.
Se o fizer ao teu ouvido calo!
Voltando a bradar as intempéries desta vida...
De ouvinte ponho a saudade!...
Já de tanto tempo conhecida.