OS POMBOS

O sol duma tarde radiosa despertou em mim o desejo de o sentir directamente em meu rosto. Não podia resistir a esse desejo! Como podia, se o sol nos tem visitado tão pouco! Munida de máquina digital para fotografar o que me de belo me aparecesse diante dos meus olhos sedentos de beleza , aí vou eu sem destino, calmamente, não deixando de observar tudo que é verde e de lindas cores. O ar soalheiro entrou dentro de mim, percorreu-me, aqueceu-me, como que adivinhando o quanto o meu interior tão solitário precisava desse calor ameno e reconfortante do astro rei.

Respirei fundo, saboreei o prazer sentido nesse momento mágico e senti-me também, como se rainha fosse, já que o rei dos astros tinha carinhosamente entrado dentro de mim. Senti-o e agradeci o bem que me havia feito! Agradecer o que a natureza nos dá é uma obrigação que temos para com o Criador. Fui andando, andando, fotografando arbustos verdes, belos, e flores coloridas, tão perfeitas e que tanto nos encantam! Que bom esquecer tudo o que nos rodeia e admirar aquilo que ninguém vê, porque o corre corre do dia, quase a terminar, não deixa que as pessoas admirem os pormenores belos e ao mesmo tempo selvagens que estão por ali espalhados desordenadamente.

De repente, um pombo que vagueava na relva verde aparece a olhar para mim, com um ar admirado por encontrar alguém que falou com ele. Chamei-o, ele olhou-me e deu uns passitos saltitantes na minha direcção. A partir deste dia ficaremos amigos pois irei procurá-lo sempre que o desejo de apanhar o sol da tarde me encaminhar para novo passeio.

*

Adel
Enviado por Adel em 22/06/2012
Reeditado em 16/03/2015
Código do texto: T3739189
Classificação de conteúdo: seguro