AS MINHAS GAIVOTAS
São três gaivotas lindas, brancas como a neve e manchadas de cinza claro, que me dão os bons dias todas as manhãs. Encontro-as empoleiradas no candeeiro em frente de minha varanda. Estamos, eu e elas, exactamente à mesma altura a partir do solo. Eu chego e digo "Olá belezas" e elas respondem à sua maneira: viram o bico para o céu, (em direcção ao Criador), esgoelam-se, e dão um grito como que a dizer-me também "Olá, bom dia". Depois, vaidosas, ensaiam os seus belos voos, asas bem abertas, cortam o céu a seu belo prazer. Encanto de se ver. Como dizia H.Thomas, que muito admiro pelos seus escritos, a natureza está cheia de milagres, nós os humanos é que não reparamos neles! Considero as minhas gaivotas mais um desses milagres. O grito que dão com o bico virado ao céu para me darem os bons dias, é muito diferente do grito para me pedirem as migalhas a que as habituei. Já não viram o bico para o Criador mas para mim. Dão umas voltas, fazem-se rogadas mas, por fim, voam até às migalhas, ao mesmo tempo que se debicam umas às outras, para protegerem o que acham que é delas por direito.
Assim nasceu uma pura amizade entre mim e as gaivotas que embelezam a natureza com os seus belos voos.
Adel