TARDE QUE CHORAMINGA
De: Ysolda Cabral
O poeta perguntou por onde ando
E eu parei, olhei para um lado e para o outro,
Para cima e para baixo e não me achei.
A sensação de vazio e de tristeza
Apoderou-se de mim
De forma tão intensa que sorri.
Comecei a ler velhos escritos
Procurando por mim em cada linha
Que no caderno da vida alinhavei,
Constatando ter sumido.
Será que nunca existi?
Será que à tarde que choraminga,
Faz isso porque morri
Ou porque ainda não nasci?
- Realidade...
O que será isso de verdade?
- Estou triste, muito triste...
Já é tarde!
Contudo, lá fora
Minha jardineira espera ser regada,
Os passarinhos já se recolheram,
A noite se anuncia
E o vazio está devidamente preenchido.
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Indicação de ótimas leituras:
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