TEM DIAS QUE A GENTE se sente...
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Tem dias que a gente não deseja que passe. São daqueles dias que os deuses e demônios decidem nos presentear com sentimentos. Só sentimentos perpetuam dias, horas, minutos. Tem dias que a gente deseja que passe depressa – esses dias se revestem de acontecimentos que nos enervam pela sua racionalidade extremada. Nesses dias em que tudo parece ser diferente de nós fica estampado em cada momento a perfeita sintonia às avessas. Nesses dias, o que acontece nos incomoda, enquanto aquilo que poderia acontecer é o que, provavelmente, nos mantenham vivos. Poderia acontecer dentro de nós, voz. Não do verbo, mas do verso verdadeiro que ao amor encanta. Poderiam acontecer fora de nós, nós. Nós que prendam amores concretos; nós que nunca permitam ódio e amor no mesmo processo de vida.
Tem dias que a gente não deseja: que o desejo se perca em nossa lentidão de gestos; que o cobertor que nos protege do frio não nos preencha o vazio que a cama do amor partido deixa; que a noite que aos amantes protege e acoita, não vire moita da perseguição e da traição consentida; que a vida se perpetue pra sempre para que novos amores purifiquem a terra com o humo do perdão; que os que perdem no “jogo” da sedução se conforme no exercício do perdão... Porque só o perdão fica maior com a separação entre os que se amam.
Tem dias que a gente finge em nome do desejo: faz da boca o beijo, do resto o sobejo, da lata o latejo, da lâmpada lamparina dos desertos inférteis da sobrevivência em solidão. E porque tem dias que a gente finge, tinge-se o dia com sobras da noite fresca, enquanto ao dia só compete raios de sol em forma de alegria. Uma poesia, pelo amor de Deus, AGNOS DEI que agora sei. Porque dos sabidos nunca será a salvação da alma, mas o calor dos infernos recalcitrantes que entranham pelo pecado da linha do equaDOR.
Para cada dia, para cada noite, há um mundo de pequenos mundos meio imundos pela nossa mesquinhez diária. Todo dia o sol nos ilumina, todo cavalo tem crina, mas nem toda crina cavalo tem... Adiante o relógio e adiantem o trem... Lá vem ele danado que vem. Vem um vem cem... Entre o que vem, vai o que desistiu. Entre o que vem, não se sabe nem se viu. Melhor aquietar-se. Melhor aquinhoar-se de restos frescos de esperanças meio mortas pelo afã de serem felizes. Assim, Apolo, Iris e Isis se permitiriam à não permissão. Assim, minha geografia seria mapeada por cada beijo roubado da pessoa amada. Armada missão que decola feito avião; que aterrissa feito novelão... Pelo sim, pelo não...
Tem dias que a gente não deseja: que o desejo se perca em nossa lentidão de gestos; que o cobertor que nos protege do frio não nos preencha o vazio que a cama do amor partido deixa; que a noite que aos amantes protege e acoita, não vire moita da perseguição e da traição consentida; que a vida se perpetue pra sempre para que novos amores purifiquem a terra com o humo do perdão; que os que perdem no “jogo” da sedução se conforme no exercício do perdão... Porque só o perdão fica maior com a separação entre os que se amam.
Tem dias que a gente finge em nome do desejo: faz da boca o beijo, do resto o sobejo, da lata o latejo, da lâmpada lamparina dos desertos inférteis da sobrevivência em solidão. E porque tem dias que a gente finge, tinge-se o dia com sobras da noite fresca, enquanto ao dia só compete raios de sol em forma de alegria. Uma poesia, pelo amor de Deus, AGNOS DEI que agora sei. Porque dos sabidos nunca será a salvação da alma, mas o calor dos infernos recalcitrantes que entranham pelo pecado da linha do equaDOR.
Para cada dia, para cada noite, há um mundo de pequenos mundos meio imundos pela nossa mesquinhez diária. Todo dia o sol nos ilumina, todo cavalo tem crina, mas nem toda crina cavalo tem... Adiante o relógio e adiantem o trem... Lá vem ele danado que vem. Vem um vem cem... Entre o que vem, vai o que desistiu. Entre o que vem, não se sabe nem se viu. Melhor aquietar-se. Melhor aquinhoar-se de restos frescos de esperanças meio mortas pelo afã de serem felizes. Assim, Apolo, Iris e Isis se permitiriam à não permissão. Assim, minha geografia seria mapeada por cada beijo roubado da pessoa amada. Armada missão que decola feito avião; que aterrissa feito novelão... Pelo sim, pelo não...