Anônimo
 
Aquilo estava presente por todo o meu tempo
Eu fugia, escapava, não dava atenção...
Dizia para mim que era uma impressão imprecisa
Algo que não soube solucionar no devido tempo,
Se é que há solução para aquilo que não quis
Acreditava que saberia conduzir-me na claridade
Ineditamente não soube o que fazer com tanta nitidez
Nem havia o que fazer e era tudo que sabia e sei
Só me senti desamparada de mim...
Sentir o que não sabia como se sente... Como?
Tentei, aprendi, desaprendi e coube-me aceitar
Quis abortar aquilo de forma definitiva,
Mas jamais massacraria aquilo que já existia
Não insisti e nem desisti... Tolerei
Fiquei sem saber o que fazer diante daquilo tudo
Tudo tão tanto! Maximizado ao infinito do que sou
Tão distinto, tão límpido, tão envolvente, tão, tão!
Precisei andar sem rumo tentando desviar desvairando,
Daquele rumo certeiro, sem enganos, tolerei como pude
Adiantou nada, nada diminuiu, nada aquietou...
Julgava saber tanto sobre o que não sabia
Entreguei-me ao sentimento estranho
Pactuei com a gotícula de água da manhã que serenou
Aquele final de madrugada em que me vi transparente
Entranhei-me nos fios das horas, nas auroras atemporais
E deixei que simplesmente fosse
Então é, até que deixe de ser, ou que me vença pelo cansaço,
Que sei ser a única espera paciente daquilo não terá nome
Um anônimo único e tão meu!
Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 18/06/2012
Código do texto: T3731738
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